terça-feira, 17 de junho de 2008

Miguel no aeroporto

Ontem, uma casa povoada. Logo cedo, o dia raiando pela janela e o coro de pássaros, regulares. Fraldas, mamadeira, um choro sem motivo, o dodói no cotovelo. Todos os minutos preenchidos por acontecimentos pequenos e intensos. Cachinhos dourados, com mais ouro que o sol vindo da janela trazia. Fluente na sua língua quase estrangeira, gesticulando como os adultos. Para participar da conversa, imitava. Rindo e fazendo poses. O cheiro bom depois do banho. As camisetas manchadas. E cada mancha contando uma história, uma travessura. E de repente, estamos no aeroporto, cumprindo a agenda do final das férias. Adio o momento de voltar para casa. Paro no centro de compras e não quero comprar nada. Olho vitrines e não vejo nada além de vidros impressoais e reflexos. Mas a noite me desperta. Abro a porta do apartamento e agora só tenho uma sala assustadora. Uma sala escura, sem sons, sem movimentos. Uma sala decorada, uma sala que sai na capa da revista, uma sala adequada para se viver uma noite solitária. E agora, esta sala cuja limpeza foi tão almejada, esta sala em que estão combinadas paredes e almofadas, esta sala é um cômodo frio, uma cela de presidiários elegantes. E todos desejam a volta do pequeno deus. Com seu poder de criar mundos e de nos tornar vivos.

8 comentários:

Anônimo disse...

Aceita uma companhia para um café?

Anônimo disse...
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Verbo Feminino disse...

Ei, moça!!

Pois é, criamos nossos anjos para o mundo. Demoramos a perceber, às vezes, que não são nossos e que tudo o que fazemos - se fizermos direito - é para que eles um dia saiam...

Os meus anjos já criaram asas, se bem que ainda aguardo a saída de casa de dois deles lá de casa rsrsrs.

E, creia, é bom demais. Daqui uns anos você vai ver: olhar para um desses anjos virados gente, criando novos anjinhos.


Olha, vc diz que me mandou um mail, mas na verdade nunca recebi não, creio que o endereço está errado, será? Não consegui ver o seu lá no perfil...

Vou por seu link lá no Verbo pra gente se visitar mais. Beijos.

Anônimo disse...

Ei Luciana,
acorda menina! Esse Miguel é neto da Elianinha.
Outra coincidência entre essas duas "anas" que eu admiro tanto: ambas começaram cedo...

(rssssssssss)

Verbo Feminino disse...

É VERO!!!!

Nossa, e Miguel e Davi foram um dos temas preferidos naquele papo lá no Emporium, né?...

Reparem não, um tanto reputemos à amnésia alcóolica, outro tanto à idade mesmo.rsrs

Beijos aos dois!

Eliana Mara Chiossi disse...

Celine, florzinha,

aceito...

Mande seu telefone pelo email...
Vamos na Perini?
Domingo tem um café lindo no Jerimum, no Caminho das Arvores, que eu ainda não conheço...
Vamos inaugurar?
Beijos

Eliana Mara Chiossi disse...

Luciana, minha linda, que prazer você aqui neste Mundo.
E ser minha vizinha, que delícia...
Olha, mandei pelo gmail. Vou verificar se usei o email errado.
Pois é, Miguel é meu netinho de dois anos. Ficou aqui, junto com Gabi, minha filhota, um mês.
E povoou a casa de alegria e ruídos felizes.
Ontem cheguei do aeroporto e a casa estava aterradora.
Mas aos poucos, vou me acostumando. Imagine que ontem, na minha cama tinha uma camisetinha dele, pois ele tomou banho no meu banheiro e eu coloquei a roupa pra ele viajar.
Ah, tão gostoso ter criança por perto...
Olha, estou adorando seu Verbo e muito feliz, muito feliz mesmo por estar na sua companhia na blogosfera.
Estou planejando outra visita a BH e quero te ver de novo.
Beijos

Eliana Mara Chiossi disse...

Lu,

acho que naquele dia bebemos pouco.
A farra estava discreta!!

Então, a amnésia alcóolica seria um estado meio permanente??? (rs) ou é velhice mesmo?

Bjs