quarta-feira, 18 de junho de 2008

A obsessão pela árvore

Lucia se mantém abraçada à árvore. Sua penitência vegetal, desejo de inteirezas. Lucia quer extrair da árvore a seiva. Tateia os nódulos, se apega à temperatura, entende as texturas. Lucia quer ser árvore. E decide ouvir. Apenas isso. Ser apenas um ser que recebe, com atenção, as linguagens cifradas do entorno da árvore. Ao redor da árvore, circunferências imaginárias. Seres inexistentes, fogos crepitando, aromas em trânsito. Riachos acompanhados de seixos, que os peixes utilizam como trampolins. Réstias de sol e bichos modulados. Lucia quer ser uma árvore. Pensa na árvore esguia, exemplo de altivez e equilíbrio. Se Lucia é árvore, Lídia pode passear no bosque. Lídia pode confiar que a vida vai doer menos. Lídia pode realizar o desejo e ter uma casa de brinquedo. Lídia sempre sonhou com uma vida de brinquedo. Vida plástica, vida meteórica. Lídia vê a árvore, pressente a mulher que a habita e se deita protegida pela sombra que são os olhos protetores de Lucia.

3 comentários:

Anônimo disse...

Putz, quando eu começo a entender a Lúcia aparece a Lídia...
Assim não dá! Vamos de novo, da cappo.

(mas a escrita continua linda)

Eliana Mara Chiossi disse...

Rm,

querido,


vou fazer uma postagem intitulada:
desenhando para RM entender"...

(brincadeirinha) mas prepare-se para Lídia...

Beijos

Anônimo disse...

(rsrsrs)


A árvore. Tava faltando uma árvore.
Beijos, flor.
\vou te enviar o email. Será que vai?
Xêrinho.