segunda-feira, 7 de abril de 2008

Sul

Eu tatuaria este pássaro em meu peito. Para ver se ele deixa de bater as asas. Fere por dentro, e abala. Faz-me eterna prisioneira do que sente. E sente amor por ti, diariamente. E quando te escondes, o pássaro se movimenta e grita. Na presença de estranhos, chora. É meu o vexame. O pássaro no meu peito, eu tatuaria nos meus pés, para que ele apenas me fizesse fugitiva, todos os instante em que desejo e perco. Eu tatuaria o pássaro em meu ventre, para que ele, no trabalho voluntário da tristeza, parisse em mim uma religião. E talvez, assim tatuado, este pássaro migre, e me leve abrigada em tuas asas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ei Lilica,

que saudades...

Entendi nada desse post, mas vai escrever bonito assim lá em... Belzonte, Praça da Savassi, Café da Travessa (tomando café ou fazendo "travessuras") ou na Praça da Liberdade, cantando Travessia.

Eliana Mara Chiossi disse...

Oi, Rm:

entender nem eu sei se entendo. Mas tudo começou com esta frase na minha cabeça, no meio do shopping Savassi. Eu passei uma parte grande do domingo, expulsa do hotel (diária encerrada as 12) e fui me abrigar no abrigo de plástico. E no meio da multidão afoita, aflita e ávida, a frase chegou: "eu tatuaria este pássaro em meu peito." E pensei que o amor é um pássaro que vive dentro do meu coração, e cada movimento dele me incomoda, mobiliza. Este pássaro então eu retiraria do meu peito, para fora do corpo. Enfim, palavras zonzas, e um sentimento todo a me perguntar: é isso?

Ah, estou em lua de migrações.

Olha, uma amizade assim, é um presente mesmo.
E vamos aos livros!!!