segunda-feira, 24 de março de 2008

cinema mudo

Decerto era o delírio da agonia, meus olhos sem poder acreditar. Uns corpos espalhados pela casa. A casa ardendo em volta de um deserto de águas. Rastros de homens, botas truculentas, toda a louça em susto, um lustre balançando o medo. Cena escancarada, invasão impressa no choro já cansado. Mulheres que nunca mais. Crianças e fim de linha. O holocausto, o estupro, o riso desdentado do carcereiro. Livros em retirada. O último selo e um cofre para guardar os dias que virão.

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