segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Abertura das cores

Chega a Primavera e não cantamos.
Não houve dança para comemorar e tampouco bebemos vinhos celebrando.
Somos feitos de um calendário besta, que nos movimenta apenas pelos feriados prolongados, quando entramos nas estatísticas de acidentes de automóvel nas estradas. O tempo nosso, esse que somente a cada um é ofertado, deixa escorrer pelo ralo as 24 preciosas horas de cada dia, semana após semana. Este tempo, liso, sem marcas, tratamos ao acaso, máquinas reativas que somos. Não vimos a primavera, com a desculpa fraca de que as cidades estão poluídas e as estações estão confusas. Quem pode saber que a Primavera chegou, vivendo no ambiente condicionado dos escritórios e shoppings?

Tem que haver outro modo. Tem que haver um dispositivo que faça a Primavera ficar visível. Para que façamos festas pela chegada de flores, todas elas, num espetáculo generoso de maquinações coloridas.
Que seja Primavera nas frases que escolhermos, que seja Primavera nas imagens que produzirmos. Que seja Primavera nos versos embriagados de setembro.

2 comentários:

Manuela B. Viana disse...

É Li...também penso que a Primavera merece uma celebração, uma festa de som e cores pra fazer brotar amores nos vasos de flores!

Beijo!

Cristina Gomes disse...

Aqui chegou o Outono... curioso estas diferenças que ocorrem a cada dia, dentro e fora de nós!

Beijinho *